O jiu-jitsu carrega, praticamente sozinho, o fardo de arte marcial da violência, em virtude dos atos de vandalismo, das gangues de lutadores, da associação indevida com o Vale Tudo e das agressões por parte de valentões que ocorrem diariamente. Porém, acontecimentos desse tipo não deveriam ocorrer, pois a filosofia de aprendizagem do jiu-jitsu prega a defesa pessoal e o autocontrole. Lutar na rua, somente em casos de extrema necessidade, como forma de defesa ou em nome da honra.O grande problema é que nem todos seguem essa filosofia. Na realidade, os que ignoram a filosofia da luta são uma minoria, mas seus atos terríveis ganham grande destaque, uma vez que assustam a população.
Para mostrar o seu valor, o jiu-jitsu desafiou as outras lutas, o que estimulou erradamente algumas pessoas. Alguns professores de jiu-jitsu, baseados em interpretações equivocadas, passam aos seus alunos idéias também equivocadas com relação à honra, alienando seus alunos, que passam a acreditar que são imbatíveis e superiores às outras pessoas.
Infelizmente, essas interpretações equivocadas de idéias não são os únicos fatores que levam os jovens ao caminho da violência. Pessoas anti-sociais, ao perceberem a eficiência do jiu-jitsu, também são capazes de buscar na luta uma forma de aumentar seu poder de destruição.
Pessoas violentas, anti-sociais, com autoestima baixa e afetivamente desamparadas muitas vezes procuram se agarrar a objetos que, mesmo não sendo criados com o objetivo de se causar dor e sofrimento, podem ser utilizados com esse propósito. Assim sendo, da mesma forma que um psicopata busca uma faca ou um machado, um jovem anti-social pode buscar uma arte marcial. Sem orientação da família e sofrendo influências externas, tal jovem pode se tornar um problema.
Pior ainda é quando os jovens violentos se unem, dando origem às gangues de lutadores, que causam danos relativamente maiores à sociedade. Tal situação não é difícil de entender. A violência, quando praticada em bandos, obedece a uma lógica própria: em grupos, muitas pessoas têm seu juízo moral anulado e se deixam levar pelas outras. As responsabilidades se diluem: um dá um tapa, outro dá um chute e por aí vai.
Todas as lutas, não só o jiu-jitsu, são muito importantes p/ o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor das pessoas, só que, como tudo na vida, também apresentam um lado negativo, personificado nos falsos mestres e alunos problemáticos. Nenhuma arte marcial em si estimula a violência. A crise social, a fome, a miséria, o desemprego, os problemas familiares, psicológicos e as mentes alienadas; estes sim são fatores que podem levar à violência. Os professores e lutadores que causam transtornos à população devem ser punidos, e não as lutas, que são esportes saudáveis.
Os pais, os jovens, os professores e a sociedade: todos precisam entender que as artes marciais são um patrimônio da humanidade, são belíssimas e filosóficas, nos transmitem autoconfiança e nos auxiliam a evoluir, nos proporcionam saúde e qualidade de vida. No entanto, não deixam de ser artes marciais, o que significa que devem ser transmitidas às pessoas de forma responsável, por profissionais qualificados e registrados em suas respectivas federações. Caso contrário, podem se tornar mortais, se forem passadas erradamente.
(Alexandre Ramalho Leite M. Castro - CREF nº. 011504-G/RJ)
Que texto bom, sou leigo , nunca lutei e tinha a impressão que TODAS as pessoas que treinam uma luta acabavam ficando menos pacientes, menos tolerantes, querendo resolver tudo na briga ou diante de um leigo a supremacia seria total. Eu vi muita gente ruim no Jiu Jitsu, eram chamados de Pitboys, contudo entendo hoje que a maioria são pessoas normais. Ainda acho que pessoas normais num arroubo de irritação, sabendo lutar, pode ocasionar sérios danos daí a importância de constantemente os Mestres orientarem os alunos para conterem o espírito de agressão.
ResponderExcluirSó verdades neste texto, abordagem perfeita do Tema.
ResponderExcluirFelizmente hoje a violência dos praticantes do jiu jitsu contra a população é praticamente nenhuma.
Eu não consigo entender como dizem que arte marcial torna a pessoa menos agressiva. A pessoa passa anos treinando aí qualquer motivo tipo um esbarrão na boate, discussão no futebol ou trânsito quer por em prática e humilhar e agredir.
ResponderExcluirNa minha escola todos que praticam são antipáticos e marrentos e doidos para arranjar confusão e briga, treinam jiu jitsu e muay thai.
Eu até evito me relacionar com esses colegas, meus amigos são os do surf e futebol. Sei lá, precisa muita filosofia ou punições severas para controlar a mente de quem treina luta. Luta não é esporte.
Márcio Freire, 16 anos, estudante.